Em 1990 o banqueiro Jordan Belfort tornou-se famoso pela sua ascensão em Wall Street.
Nos anos de 1990, Jordan Belfort, o todo-poderoso do famoso banco de investimentos Stratton Oakmont, tornou-se um dos nomes mais conhecidos do mercado financeiro norte-americano. Brilhante negociador de ações, sua ousadia e truculência lhe garantiram a alcunha, alimentada por ele mesmo, de Lobo de Wall Street.
Com talento para fazer milhares de dólares em apenas alguns minutos, nem sempre pelos caminhos éticos ou legais, Jordan Belfort comandava uma trupe de corretores desvairados que o levou de Wall Street para um escritório imponente em Long Island, onde montou seu Quartel-general.
Para quem conhece a história com certeza o personagem, não fictício, objeto do estudo, não foi, nem de perto, o melhor exemplo para sociedade. Ocorre que podemos aprender com suas qualidades e defeitos, numa jornada que misturou princípios valorosos para o desenvolvimento de qualquer negócio, com a ausência de observância de vários outros que poderiam ter sustentado a condição alcançada naquela trajetória.
Essa é a sabedoria talvez mais importante que destrava qualquer crescimento. Saber separar o joio do trigo, aquilo que é bom do ruim. É possível, por exemplo, que possamos ler autores que são ideologicamente totalmente contrários, mas que, mesmo assim, consigamos extrair lições que vão contribuir para o desenvolvimento pessoal ou do próprio negócio. Da mesma forma, podemos extrair aquilo que é desfavorável em posicionamento de quem é ideologicamente similar.
Esse é o jogo. Infelizmente muitos não sabem jogar. Preferem o caminho do extremismo e perdem a oportunidade do crescimento.
Alguns pontos extremamente positivos para nos atermos na história de Jordan Belfort para aplicarmos em nossas carreiras ou empresas:
1) ESCOLHER QUEM IRÁ CAMINHAR AO NOSSO LADO. Jordan Belfort escolheu pessoas com características que podiam ser desenvolvidas e, com isso, tornarem-se pessoas, antes com estereótipo de derrotados, em vencedores. Aliado à possibilidade de desenvolvimento pessoal de sua equipe, ele buscou fidelidade e lealdade nas pessoas. Independente das circunstâncias era um grupo unido.
Competência e lealdade são dois adjetivos impossíveis de serem separados na relação profissional. De nada adianta ter alguém competente, mas desleal. Da mesma forma que a lealdade não irá sustentar a incompetência.
Aliando ambas as qualidades com certeza o negócio terá sucesso.
2) ADAPTABILIDADE. Adequar-se ao trabalho proposto. É muito importante que cada empresa ou local de trabalho possua sua própria identidade. No nosso escritório somos acostumados a falar e ouvir sobre a cultura da excelência. O negócio tem que ser reconhecido por aquilo que ele devolve à sociedade.
Na história de Jordan Belfort, ao encontrar sua equipe – na época pessoas desacreditadas – criou um ambiente de prosperidade, movido pela vontade de vencer. Esse movimento se tornou o DNA do seu escritório. É bem verdade que era um “vencer a todo custo”. Contudo, aqui, estamos destacando aquilo que podemos aproveitar com a trajetória daquele que movimentou todo um sistema financeiro no maior país capitalista do mundo.
Jordan Belfort tinha e propalou em seu escritório um DNA de vencedores.
3) OTIMISMO. Pregar o otimismo não é o mesmo que trabalhar com a ilusão. Nada de herói de biblioteca ou youtube. É ser pragmático, mas com objetivo definido e consistente. É enxergar no futuro o cumprimento de metas e objetivos audaciosos que possam elevar o nível de trabalho da empresa e seus colaboradores.
Acima de tudo é acreditar no propósito e na identidade daquilo que se está propondo fazer ou executar. Se você não enxergar o futuro com otimismo é porque já começou errado.
4) FOCO. Foco é direcionar sua atenção, esforço e dedicação naquilo que realmente interessa na consecução do objetivo delineado. Na história de Jordan Belfort é possível identificar que, apesar da vida insana que o mesmo levava, era extremamente focado no seu maior objetivo.
5) COMUNICAÇÃO. Jordan Belfort com certeza era um exímio comunicador. Alguém que através da sua oratória conseguia convencer qualquer pessoa. Através disso, centenas de pessoas foram seduzidas pelo seu discurso, ao ponto de investirem todo o seu patrimônio no escritório de Jordan Belfort, contribuindo para que o mesmo pudesse fazer sua própria fortuna.
Na verdade, a biografia de Jordan Belfort poderia alçar muitas outras características importantes para o sucesso em um negócio. Aos 27 anos tornou-se um dos homens mais ricos do mercado de ações do EUA. Contudo, foi indiciado pelo governo aos 36 anos, cumpriu 22 meses de prisão e 01 mês na reabilitação. Sua história é contada há anos por todo o mundo.
Dizem que o que importa é o fim. Eu acredito que TUDO IMPORTA. Início, processo (meio) e fim.
A lição mais importante com a história de Jordan Belfort é que, absolutamente nada tem valor, ou absolutamente nada se sustenta, sem que se tenha observado o princípio da HONRA.
Honra no dicionário significa: Princípio de conduta de quem é virtuoso, honesto; cujas qualidades são consideradas virtuosas.
Dizem que a coragem é a primícias das virtudes. Concordo, sem coragem nada é feito. E, se tinha algo presente em Jordan Belfort, era a coragem. Contudo, existe um elemento que deve acompanhar todas as fases e comportamentos daquele que está no mercado em busca do sucesso: HONRA.
A coragem pode até fazer qualquer um subir degraus, experimentar o sucesso, alçar cargos, funções, posição importante na sociedade. Mas somente uma única coisa sustenta essa condição: HONRA.
Exemplo claro de coragem e ausência de honra está em vários políticos e empresários que, apesar de suas fortunas, foram ou estão presos. Subiram degraus, desfrutavam de fortunas, contudo não possuem o respeito de qualquer cidadão deste país. Se isso importa? Pode-se até negar, mas, sim, importa.
Eu desconfio daqueles que afirmam que a opinião dos outros não importa. Essa é uma das premissas mais mentirosas contadas na sociedade. Nosso sucesso (no caso um dos objetos aqui discutido) está diretamente ligada ao que as pessoas pensam ou opinam sobre os outros.
Ninguém contrata alguém ou uma empresa sem que se tenha uma boa opinião sobre ela. Ninguém irá querer se relacionar ou estar ao lado de quem não se tem uma boa opinião. Ninguém irá querer ser amigo de quem não se tem uma boa opinião. Se você realmente acredita nessa premissa, prepara-se para viver na selva, isolado da sociedade, juntamente com aborígenes, animais e pântanos.
Uma coisa é a opinião alheia não afetar seu comportamento ou identidade. Outra coisa é não se preocupar com essa opinião.
Desta forma, se o desejo for a construção de algo consistente, duradouro e respeitoso, de nada adianta se não for executado com HONRA.
Por fim, esses são, talvez, aqueles pressupostos utilizados por Jordan Belfort que pode influenciar positivamente nossa carreira, empresa ou emprego.
O que aprendemos com o final da história é que algo construído sem honra simplesmente não se sustentará.
“Quem segue a justiça e a lealdade
encontra vida, justiça e honra.”
Provérbios 21:21
Publicação original em: https://jornaldebrasilia.com.br/blogs-e-colunas/pense-direito/o-que-podemos-aprender-com-jordan-belfort/